Entrevista: 6 tecnologias e controles que tornam o seu investimento mais seguro

São mais de 250 operações ativas, envolvendo 25 mil a 30 mil recebíveis imobiliários. Com essa escala, como a True realiza os controles das operações que coloca no mercado, garantindo que performem adequadamente? Para responder essa pergunta aos nossos investidores, conversamos com Rodrigo Santos, gerente de operações da companhia.

O investimento em novas tecnologias, realizado de forma recorrente desde a fundação da empresa, preparou a True para manter pleno funcionamento mesmo em situações emergenciais como a gerada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19). “Quando começou a se falar em quarentena, em março, nos reunimos e definimos o início do home office para toda a equipe. Desde então, estamos funcionando com toda a capacidade e tecnologia que teríamos se ainda estivéssemos dentro do escritório”, destaca Rodrigo. 

Diligência desde o início

“Assim que mandatados e temos acesso a todas as partes envolvidas de uma operação, apresentamos a estrutura a todas as principais áreas da empresa, em especial compliance, jurídico e operacional. “Isso é importante para assegurar que todos os controles operacionais acordados serão realizados. Para a área de compliance verificar se haveria algum impeditivo e questões de risco, como uma pessoa politicamente exposta, por exemplo. E o jurídico acompanhar processos que a companhia ou algum de seus sócios podem ter”, conta Rodrigo.

Dado o sinal verde, a True prossegue com o processo de estruturação da operação, assinatura da documentação, registro, criação e distribuição do ativo – título de CRI ou CRA – via sistema da B3. Uma vez que os investidores compraram os papéis e a dívida da securitização foi ativada, o time de Operações da True inicia o acompanhamento da performance de uma série de controles com forte uso de tecnologia e automatização. Conheça alguns deles:

1. AGENDA DE EVENTOS

Toda a documentação de uma oferta estabelece uma governança com periodicidade de eventos bem definida, explica Rodrigo. São verificações de covenants (itens dos contratos criados para proteger o interesse do investidor) mensais, trimestrais, semestrais ou anuais, variando conforme cada uma das ofertas. Um dos diferenciais da True é a forma como o analista responsável pela operação faz esse acompanhamento: o processo é totalmente automatizado desde sua origem.

“Quando assinamos a operação, montamos uma agenda de eventos na qual consta, por exemplo, juros e amortização do papel, a periodicidade de verificação de cada covenant, balanço auditado, verificação de índice de endividamento, entre outros”, ressalta o gerente de operações da True. “Essa agenda envolve toda a companhia. O sistema dispara diariamente as obrigações que nossos analistas devem verificar para cada operação, inclusive relativas a outras áreas da empresa. Também emite relatórios que possibilitam ao gestor fazer o acompanhamento do que está em dia ou em atraso. Com isso, conseguimos fazer a gestão de riscos”.

2. AUTOMATIZAÇÃO DE PREÇOS E RELATÓRIOS

Outra ferramenta utilizada pela True é um sistema web que gera a evolução de preços e emite relatórios gerenciais, e para os órgãos fiscalizadores, neste caso a CVM. “Nesse sistema colocamos todas as características de cada papel emitido – vencimento, remuneração, periodicidade, defasagem do indexador etc. – e ele gera a curva de preço. Ou seja, está tudo automatizado – o que potencializa nossa escala de negócio”, ressalta o executivo.

O sistema possibilita à equipe ter uma visão analítica clara sobre a agenda de pagamentos da operação inteira. Um robô alimenta os dados da evolução de preço assim que os indexadores do pagamento são divulgados ao mercado. A validação é feita com o agente fiduciário diretamente com os valores extraídos do sistema. “Uma vez que tenho essas evoluções de preço, posso emitir vários relatórios via sistema – desde o contábil, com diferenciação do que é dívida de curto e longo prazo, lâminas com dados atualizados para Anbima, duration, e até o mais detalhado que enviamos mensalmente à CVM, por meio de transmissão automatizada, com todas as nossas operações”.

3. AUDITORIA INTERNA

Adicionalmente, a área de compliance da True realiza mensalmente uma ação similar a uma auditoria interna das operações ativas. São analisadas cerca de 80 operações por mês. “Com base na documentação e na agenda de eventos, eles realizam uma série de questionamentos: se as razões de garantias estão sendo cumpridos, enquadramento de fundo de reserva etc. Além dos aspectos financeiros, essa verificação engloba também a documentação jurídica – se há algum registro de garantia pendente ou documentação a ser finalizada, principalmente após a liquidação”, explica Rodrigo.

4. SITE: TRANSPARÊNCIA SOBRE AS OPERAÇÕES

O portal da True é uma grande ferramenta de transparência junto ao mercado. Nele é possível o investidor obter as principais informações sobre o título que comprou, atualizadas todos os dias. “No site da True informamos o P.U. diário de cada operação ativa, ou seja, damos transparência ao investidor. Se quiser saber hoje mesmo quanto vale a cota dele em um CRI, basta ele acessar nosso portal e fazer login. Então, é uma forma de o investidor ter mais autonomia e comodidade para fazer esse acompanhamento. E em breve teremos novas funcionalidades”, ressalta Rodrigo.

5. RELACIONAMENTO COM O INVESTIDOR

Para tornar ainda mais positiva a relação e experiência do investidor, a True conta com um sistema CRM (Customer Relationship Management) da área de distribuição. Por meio do sistema há o controle das interações feitas com os investidores, assegurando que o atendimento seja o mais personalizado e eficiente possível.

6. GESTÃO DE PESSOAS

O cenário de pandemia trouxe desafios peculiares, conta Rodrigo, como a experiência de gerenciar o time à distância. “A área de operações é muito sensível em processos, pois qualquer problema pode gerar um prejuízo financeiro e de imagem para a companhia. Temos uma equipe experiente. Então, o que estamos fazendo nessa situação de home office é manter ao máximo a proximidade e diálogo, como se estivéssemos no escritório, humanizando nosso relacionamento diário à distância, nos reunimos virtualmente ao menos duas vezes ao dia. Fazemos uma reunião de abertura e uma de fechamento diário, nas quais discutimos as tarefas que serão realizadas no dia, e passamos pelas próximas atividades de ao menos dois dias à frente”, informa o gerente. “Quanto mais antecipamos as atividades de busca por informação, contato e relacionamento, minimizamos os riscos dentro do nosso processo de controle. Compartilhamos com o grupo as dificuldades e os aprendizados. Têm sido uma experiência muito positiva”, completa Rodrigo.

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