Análise Estruturada #8

O que fizemos até o momento:

4 novas séries de CRI emitidas, totalizando R$ 365,650 milhões em março.

Fundos imobiliários: uma terceira onda a caminho?

Já são 1,2 milhões de pessoas com fundos de investimento imobiliário na carteira, o dobro em relação a 2019 e dez vezes mais que 2012, quando o número de investidores em FII era de 100 mil, reporta o Valor Econômico. Especialistas já preveem uma “terceira onda” nesse mercado, com produtos mais sofisticados ligados a agronegócio, residencial e infraestrutura.

O aumento da taxa básica de juros em março, para 2,75% a.a., provocou o questionamento se os FII continuariam atrativos, frente a opções de renda fixa em um novo ciclo de alta de juros. Os números indicam que sim, com fundos pagando dividendos acima da Selic e se beneficiando do avanço da inflação por terem papéis atrelados a indexadores como o IPCA mais prêmio de juros, caso dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

Fundos de papéis apresentam forte performance

Os fundos que alocam seu patrimônio em recebíveis imobiliários, principalmente CRI, foram destaque em março. Dos cinco FII com melhor desempenho no mês, quatro eram “fundos de papel”, segundo a Suno Notícias. Eles apresentaram performance acima de 4,5%, mesmo com o recuo de 1,38% do IFIX no período.

O cenário positivo para os títulos de inflação longa tende a influenciar positivamente o mercado de FII, correlação que se verifica historicamente mais forte com os fundos de papéis. A combinação de uma carteira diversificada de fundos com alta exposição a ativos indexados ao CDI, que são impulsionados pela alta de juros, e ativos indexados à inflação mostra-se interessante para a manutenção da boa rentabilidade no longo prazo.

Preocupação com saúde fiscal impacta juros longos

O aumento verificado na taxa de juros futuros nos últimos meses também contribui para a alta das taxas dos títulos indexados à inflação de longo prazo. A curva dos juros é impactada pela percepção dos riscos de longo prazo no Brasil, em especial a saúde fiscal.

Aumento de gastos públicos decorrentes do combate à pandemia que se prolonga, perspectiva de retomada econômica mais lenta e impasse para a aprovação do orçamento público de 2021 são elementos que estão no radar do mercado e continuam a impactar as expectativas para os juros de longo prazo.

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